segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ENTREVISTA PARA A TV SÀO FRANCISCO

sábado, 8 de janeiro de 2011

     Um certo dia num acampamento, quando ainda era criança, às margens do Rio São Francisco encontrei uma velha canoa afundada, parecia um bom lugar para brincar. Esta, ficava embaixo de uma grande engazeira, arvoré grande e frondosa que trazia paz àquele lugar, quando eu menos esperava, algo grande despencou da arvoré e caiu dentro d'agua, fiquei bastante assustado e passei a observar se algo diferente iria acontecer. Quão grande foi a minha surpresa quando vi um grande camaleão cinza de aproximadamente um metro entrar na canoa assustado. 
     Quando se é criança, numa situação como estas muitas coisas vem a nossa cabeça,  matar, capturar, criar. Se eu chegasse ao acampamento com aquele bicho vivo, seria um herói, eu nunca tinha visto um camaleão antes, daquele tamanho então, era assustador, mas eu era um pequeno jovem muito corajoso, o que eu fiz, entrei no barco cujo interior estava submerso segurei na cabeça do bicho e na calda, dessa forma conseguir imobilizá-lo e tirá-lo da água. Quando cheguei ao acampamento, todos ficaram maravilhados e temerosos, tinham medo da chicotada que o bicho poderia dar com a sua cauda espinhosa, naquele instante, logo nos lembramos do curso de répteis que havíamos feito no clube, depois que todos viram, estudaram e fizeram seus comentários, resolvemos devolver aquele animal para o meio ambiente.  Fiquei muito feliz quando percebir que ele ganhara o mato de forma tranquila, o seu pequeno coração parecia que ia sair pela boca quando o capturei, agora de forma suave ele caminhou, parou, olhou para trás e como se quizesse dizer alguma coisa, acenou com a cabeça e ganhou o mato.
     Aquela cena marcou a minha vida, passei a amar a natureza , a fauna a flora as águas, a vida. Tenho hoje um desejo enorme de transmitir para as pessoas que a natureza é fragil porém forte, é fera porém mansa, é grande porém tem se tornado pequena todas as vezes que degradamos ou destruimos, toda vez que matamos, ou levamos em cativeiro só para saciar um desejo que temos de alegrar a nós mesmos, sem respeitarmos àqueles que dependem da nossa boa vontade para sobreviverem. Sejamos generosos, façamos a nossa parte, divulguemos essa idéia. 
     Um grande abraço, 

     Carlos Sena - Biólogo, em 07/01/2011.